A ANTROPOLOGIA E A SOCIEDADE BRASILEIRA | EPISÓDIO 36

ALLISON

Boa noite, Brasil, tudo bom?

 

Eu estava a fazer um algum tempo que eu estava aqui, né? Que não apareça aqui, estava de férias, né? Entre as que está em férias, não está porque realmente estava. Não deu para participar dos últimos episódios que a gente fez aqui, certo? E a gente começa mais um episódio aqui com os convidados aqui já estão presente aqui.

 

E eu convido você para se inscrever no nosso canal para. É.

 

Curtir a quem está aí no Instagram, mandar aperta no aviãozinho e manda pra alguém? Quem for entender sobre o assunto quer saber do assunto que vai tratar aqui? É sobre antropologia, né?

 

E em outro assunto aqui que o especialista né, tá aqui para falar sobre isso.

 

É antropologia social, né? Chamado e eu convido você a estar enviando aí para algum colega amigo aí.

 

Através de alguém ou Zinho, se inscreva no nosso canal. Comente. Faço pergunta que está aqui.

 

A ansioso, né? Para responder as perguntas, pergunta difícil, sabe? O assunto é bem complexo também, mas é assim mesmo. A gente tá aqui para aprender mais um pouco, né? Sobre tudo isso e eu começo esse episódio mais uma vez debaixo da poderosa mão de Deus, né?

 

Que sem ele a gente nada pode fazer e a gente é, eu coloco tudo nas mãos de Deus aqui todo episódio aqui que a gente tem que.

 

Aqui, eu dou boazinha, daqui é o Rolfran Tavares, um e boas vindas aqui é ele, a introdução do eu quero saber um pouco de sua história. Houve um frango, sabei pro seu nome aqui, de onde saiu, né? Aqui no nordestino aqui a gente sem nome, diferente. A gente gosta de entender de onde saiu, né? Sempre tem um pai ali, uma mãe curioso ali que gosta de de ver um negócio aqui ai que eu vi na televisão.

 

E é bem interessante esses assuntos.

 

E a introdução do assunto é isso aí, não é? É antropologia social e outras coisas que ele vai tratar aqui. Algumas perguntas que já tá aqui pronta aqui, se você tiver pergunta, algum assunto aí? Perguntas a gente aí se inscreva no nosso canal a gente não não deixa e deu um joinha, está ajuda muito porque você dá o joinha não custa nada, a gente é só apertar aí isso vai aparecer pra outras pessoas que tem interesse nesse assunto, né? Agradecer o pessoal da Pizza Hut Natal.

 

Toda quinta está aí, não é?

 

Patrocinando com essa pizza para no final, aí a gente saborear, aí é é, está com fome que a gente estiver com fome, ramo mais tarde.

 

Tá certo?

 

Pois pronto, o frango gostaria de saber quem é você mesmo e tem algumas. Aí é boa noite sua história aí, né?

 

ROLFRAN

Boa noite. Só me orienta qual Câmera eu olho porque ainda é uma novidade para mim.

 

ALLISON

Né? Por até ali aquela Câmera ali, ele tava filmando tudo. Se você falar com o pessoal diretamente, você pode falar nessa aqui, que tal da da primeira série? E aí, Lucas, vai fazer uns cortes ali? Ele vai vendo a melhor posição, posicionamento ali da Câmara.

 

ROLFRAN

À Maravilha, tá certo? Então, primeiro, muito obrigado pela oportunidade.

 

É esse espaço é muito importante para a gente que está. É no processo de produção intelectual, né? A gente precisa desses espaços na mídia para popularizar o que a gente faz dentro dos espaços acadêmicos, porque muitas vezes não é tão acessível para um para um grande público, né? Tanto que a gente estava conversando antes de começar sobre o que seria antropologia, né? Então, essa dificuldade de compreender o que é a área de atuação é justamente o reflexo.

 

Dessa dificuldade de acesso, mesmo as discussões que a gente tem nas universidades, nos centros de pesquisa, então um espaço como esse são muito importantes. Também são muito importantes para pesquisadores cientistas que ainda não têm um grande impacto, né? Porque não tiveram essa estrutura de visibilidade. Existem antropólogos que as pessoas vão ver no.

 

Nos programas de grande audiência é no fantástico. Vão ver no Globo repórter, mas existem outros antropólogos que também estão trabalhando muito, estão produzindo muito, mas que infelizmente não tem, não esses espaços, né? Pra pra discutir e daí? Por isso que às vezes a gente tem algumas dificuldades de tocar em alguns pontos, então, muito obrigado ao grupo comigo, né? Aos financiadores também desse podcast por permitir esse acesso. Aí a primeira pergunta que você estava querendo saber da sobre minha história.

 

ALLISON

Eu assim wolfran, né? Quem é Oo Fran? Porque sempre que eu convido uma pessoa que eu pergunto pra eu, eu peço para pessoa falar um pouco da sua história, né? Porque a história que conecta a gente a outras pessoas, que às vezes está passando pela mesma, é dificuldade que um dia você passou, né? A chegar onde você chegou, né? É, deve ter sido um caminho meio, é turbulento, né? Com certeza pra todo mundo é assim, um só que às vezes essa essa história faz a conexão é que vai fazer constante falecer aí.

 

ROLFRAN

Então eu sou um jovem negro da periferia de Parnamirim, sou do bairro de Santa Teresa, é sou gay também e essas coisas todas, como você falou, são partes da nossa vida que impactamos em como a gente conseguiu ou não conseguiu chegar em determinados espaços.

 

Eu fiz toda a minha educação básica a aqui no município de Parnamirim, para ser mais exato. Só o ensino médio que eu não fiz, que eu estudei No No IAFRN é IE no ensino superior. Eu entrei na universidade no curso de ciências sociais, que é um curso que tem 3 grandes áreas, sociologia, que é mais popular, porque todo mundo tem sociologia no ensino médio. Então conhece, né? Ciência, política e antropologia aí na pós graduação, uma especializei na antropologia.

 

E agora estou fazendo doutorado também na área de antropologia. Como você falou, né? Todo mundo tem percalços no caminho, coisas que dificultam também tem. É pessoas que ajudam, né? Potencialidades que colaboram a minha vida foi marcada por todos esses elementos que eu falei, né? De questões de classe, de raça, de sexualidade, que me permitiram chegar a determinados espaços porque.

 

É, às vezes a gente olha pra esses marcadores só como sendo elementos que retiram você de determinados locais, né? Mas eles também às vezes permitem que a gente faça Aliança, né? Se organiza em grupo, dependendo da estratégia que cada uma pessoa tomar, né? E esses elementos me ajudaram a ter uma noção de empatia, de.

 

Reconhecimento sobre os meus limites e porque eles se construíram que me fizeram é pensar com mais racionalidade sobre como atingir determinados pontos, né? É graças a Deus e a todas as outras forças que organizam a minha vida, né? Eu tive uma família que, com todas as dificuldades, é inclusive de compreender algumas coisas na minha história de vida, como por exemplo, a minha sexualidade.

 

É, me ajudou e não me desamparou, né? Em todos os momentos, em alguns momentos foi muito difícil, né? Eu passei por algumas expulsões de casa, mas hoje eu sinto que sem o apoio dessas pessoas eu não conseguiria ter chegado nos lugares que eu cheguei, principalmente uma pessoa assim, que é fundamental pra mim que a minha mãe ela não só é uma pessoa que me dá muito suporte, né? Mas ela também é uma referência para mim, é de atrevimento, né, porque ela me ensinou.

 

E até hoje ela tem essa postura a não é recuar quando encontrasse algum tipo de Barreira a questionar aquilo, a tentar se impor e a tentar tirar do dos lugares que eu quisesse chegar. Tudo que eu pudesse ter. Por mais que eles cessem, que não era pra pra mim. Então esse atrevimento que eu aprendi a ter com Ela Foi uma coisa que me fez não me sentir menor em muitos espaços em que.

 

Existiam muitas pessoas, ou a própria lógica institucional tentava me diminuir porque a gente sabe que a gente não vive uma sociedade que atingiu um modelo democrático pleno. A gente está muito longe disso, né? Existem muitas pessoas que queriam estar numa situação melhor do que aqui estão, mas e que lutam muito para mudar sua situação de vida, mas que infelizmente não tem tantas oportunidades assim e a gente precisa desse estímulo emocional, é psicológico para mesmo.

 

Em meio a tantas limitações, conseguir ver qual é a alternativa mais criativas para para sair é.

 

Dessas situações, né? E sem essas referências, sem essa rede de apoio, eu tenho certeza que eu não conseguiria ter chegado ao canto que eu cheguei.

 

ALLISON

Eu dei, dei.

 

Aí é eu estou seguindo aqui 11 botão aqui, rapaz.

 

Esse novo plano, de onde saiu? Me diga aí, acho interessante prender, né? Assim, pelo que você contou aí, né? Não, não tem 11 referência à porque meu pai era é, sei lá.

 

ROLFRAN

É que é uma situação bem.

 

ALLISON

Criativas, né?

 

ROLFRAN

Não eleição pobres criativas, né? A história desses nomes, que vêm com muita letra, como?

 

ALLISON

O meu também não é 2, ele não é isso. Não sei o que é um enfeitado danado.

 

ROLFRAN

É a criatividade, né? Do pessoal é mãe, tentou misturar o nome dela, que é Francisca.

 

Com o nome de um primo meu que é Rodolfo. Só que ela errou na hora de escrever. Em vez de escrever ou Fran escrever ou Fran. Por isso tem um ele ali no meio.

 

ALLISON

Sim.

 

ROLFRAN

Entendi. É a mistura de Rodolfo com Francisco é igual.

 

ALLISON

Um prêmio que o nome dele eu não sei qual é a mistura, não, mas é. É o nome dele é Ryan, Dri. Há, mas é mistura de 2 pessoas, então nem lembrei que contou pra mim, mas não é mais, não é o.

 

ROLFRAN

Povo fica achando que é nome francês. Ele tava mais, não é só queria só inventadas.

 

ALLISON

Minha irmã é Nordestina.

 

ROLFRAN

Sim.

 

ALLISON

Legal.

 

Certo, o que você estuda lá? Não é que está não. Desculpa. Quando nasceu em você o desejo de estudar e dedicar ciências sociais.

 

ROLFRAN

Então é eu, no ensino fundamental, observava que a escola era um espaço seguro. É.

 

O contexto do bairro em que eu vim, né? Tinha muitas violências, então minha mãe é muito controladora. Até hoje ela não permitia que a gente saísse para muitos espaços, né? Então, era basicamente de casa para a igreja e para a escola.

 

É na igreja. Eu não consegui achar tantos espaços assim para desenvolver determinadas coisas. Também não sentia que tinha um grande reconhecimento lá, mas na escola eu sentia que tinha esse espaço grande e que eu poderia.

 

Pensar em estratégias para o meu futuro, interessantes.

 

É então no ensino fundamental. Eu comecei a desejar muito entrar no if eu fiz turismo lá no if.

 

E as coisas não foram muito bonitinhas, né? Assim, tipo, desde pequena, sonhava com antropologia, como muitas pessoas. Eu não sabia o que era antropologia. Eu não sabia o que era ciências sociais. Sim, eu descobri o que era ciências sociais no ensino médio, até porque eu não tenho pais que fizeram o ensino superior, não tenho primos que fizeram ensino superior. Eu fui o primeiro da minha família a entrar no if e fui o primeiro a concluir uma universidade pública, então muitas informações eu não tive acesso lá no if eu descobri o que era ciências sociais.

 

Eu gostava muito de movimentos sociais, de discussões é que envolviam essa articulação, é coletiva. E daí eu fui pesquisar um pouco e achei interessante assim, sociais no na universidade.

 

Eu já entrei sabendo mais ou menos o que é antropologia, mas conhecendo dentro do curso, eu me interessei para fazer antropologia, que tem um pouco de dor. Seria pela sociologia ou antropologia.

 

É, eu estudei antropologia, certo? Eu estudei um período só na faculdade.

 

Há que legal.

 

ALLISON

Eu não sei se é a mesma antropologia que você estudou, o que é de direito, né? A primeira matéria de direito é antropologia. Aí fala do ao homem que o homem veio do macaco, sabe aquele negócio, tudo em um? Aí é isso aí, é mais ou menos isso, não.

 

ROLFRAN

Foi, é porque assim é.

Né? Já?

 

ALLISON

Tem só você entender porque no direito ele tenta contar a história da do ser humano, né? Como é que o ser humano se surgiu na Terra? De onde é que saiu direito com aí anthropology g nasce num direito nessa ideia de de trazer é a história do direito em si, é mais ou

 

ROLFRAN

menos isso. É antropologia, tem uma história muito longa que eu acho que não cabe pra falar toda ela, né? É, existia uma fase que ela tinha uma pegada mais naturalista, né? De.

 

Tentar saber a origem do homem que quase se confunde com a biologia, mas.

 

Atualmente, Prince.

 

Realmente é na linha da antropologia que eu estou vinculado, que a antropologia social, a gente estuda a diversidade cultural humana e como as pessoas se articulam socialmente a partir dessa diversidade cultural.

 

É, inclusive eu dei aula para turma de direito recentemente, fui estagiário, docência lá na UFRN, da professora Juliana Melo. É e a gente trabalhava, né? Para que as pessoas entendessem que uma das coisas que o pessoal, por exemplo, trabalha no direito, que às vezes a gente acha que a lei dá para se aplicar igual em todos os cantos e a gente quando vai ver que existem populações que tenham a ideia do legal e do ilegal, diferente do justo e do injusto. A ideia sobre a compreensão de violência que muda, então a gente vai ver que a.

 

O direito tem que ser aplicar conforme cada sociedade, conforme cada perspectiva cultural. Então, antropologia existe justamente para fazer esse papel de mediação entre as diferentes culturas, para que haja uma comunicação que não seja é degradante, que não tem uma relação de dominação.

 

É mais ou menos nessa.

 

ALLISON

Perspectiva, entendi. É lá no direito tem assim. Eu não lembro agora que faz tempo, eu não tenho, eu não cheguei a terminar a faculdade não, porque até eu estava período e foi nesse em 2011. Faz muitos anos já.

 

Mas é. Era mais ou menos assim é tratar os desiguais com desigualdade, Oo que é tratar os desiguais com a peça. Até um negócio pow desiguais. Eu vou ser desigual, com desigual, não é a questão do que, por exemplo, um deficiente físico, ele tem suas limitações, então preciso tratar ele com a desigualdade e tem uma pessoa normal, né? Um porque ele, ele precisa ser tratado assim dessa forma, né? Então ele tem muito incêndio direito, eu acho que é mais ou menos isso aí que você falou aí né, que a depende do ambiente para inserir, não sei o que.

 

ROLFRAN

É mais ou menos isso mesmo, é porque a gente tá?

 

Da sociedade que é muito individualista, né? E o direito na nossa sociedade, ele tem essa perspectiva de não olhar para as coletividades humanas, mas sim para os indivíduos.

 

E aí essa perspectiva de tratar os desiguais com base nas suas desigualdades, né? Ela tem essa noção mais individualista, né? Antropologia a gente estuda mais a partir dos coletivos humanos, por exemplo, é se a gente for pegar uma comunidade indígena, eles têm uma ideia, é de cultura que pode perdão de justiça, que pode não ser igual com a uma comunidade não indígena. Então, se a gente, por exemplo, diz.

Sei lá.

 

Que as pessoas têm que usar um roçado por família e dentro dessa comunidade indígena, as pessoas, elas usam todo mundo mesmo roçado. Então essa ideia de propriedade privada para essa comunidade indígena não vai fazer sentido. Então, nessa perspectiva é que o direito tem que ser pensado a partir da diversidade cultural.

 

E daí? É mais ou menos essa diversidade que não está relacionada ao indivíduo, mas sim a sujeitos coletivos, né? As pessoas.

 

ALLISON

Entende?

 

Aí, o que você estuda lá? Muitas pessoas não ouviram falar sobre antropologia. C luz é social. Você falou, você citou aqui na, na, na, na, na escola, né? Eu digo isso que parece nisto dele, mas é porque eu não me lembro, mas em matéria não é, é? Eu fiz supletivo.

 

ROLFRAN

Né? No num de.

 

ALLISON

Primeiro, segundo, terceiro ano, né? Não é dessas matérias. Sociologia, eu não lembro, não é?

 

ROLFRAN

Porque também sociologia entrou no currículo mais recente.

 

ALLISON

Né?

 

ROLFRAN

A é, eu acho que é uma coisa dos 15 últimos anos e também tem toda a discussão, a sociologia às vezes sai, às vezes entra.

 

ALLISON

Muito, tão velho assim, não?

 

ROLFRAN

Mas já faz uns 15 anos que fez o ensino médio, não?

 

ALLISON

É, eu fiz e médio, tem 18 anos, tô com 32.

 

ROLFRAN

Aí já faz um tempinho.

 

Então, eu estudo atualmente.

 

É a busca por recursos dos programas de redistribuição de renda, que antes a gente tinha o bolsa família. Depois teve o auxílio Brasil. Agora vai voltar a ser Oo bolsa família novamente, né? Então, o que eu pesquisa como é?

 

Pessoas pobres quando estão buscando esses recursos, elas mantêm a sua família e, ao mesmo tempo, na briga que elas fazem nessas instituições para.

 

Assegurar esse recurso. Elas também mudam a dinâmica das instituições.

 

E criam uma ideia de justiça social, né? Porque esses programas eles vêm para.

 

Equilibrar a desigualdade de concentração de de renda. Mas a gente sabe que nem sempre funciona como deveria.

 

E quando eles vão funcionar é porque tem muita gente pressionando e essas pessoas que estão pressionando são justamente as pessoas que estão precisando desse dinheiro para sobreviver e também para garantir a sobrevivência da sua família. Então, uma pesquisa, esse movimento, né? Eu sou de uma pequena área da antropologia que se chama antropologia do estado.

 

Em assim, né? Falando de uma forma mais popular, é antropologia que estuda as políticas públicas. Atualmente estou estudando a política de redistribuição de renda sim, que está dentro da assistência social. No mestrado, eu estudei segurança pública.

 

Eu trabalhei com mães que tiveram um dos filhos assassinados.

 

Eu queria entender a perspectiva de segurança pública delas e as estratégias de manutenção da vida dos filhos que estavam vivos.

 

ALLISON

Certo?

 

ROLFRAN

É, e na graduação eu fiz 2 graduações na então tenho 2 t 6 diferentes. O primeiro eu trabalhei com a formação do estado brasileiro. A partir é das desigualdades raciais. Eu estudei o caso do Rafael Braga, que foi um jovem negro que foi preso nos protestos de 2013.

 

Porque estava no ato com água sanitária, um Pinho sol, então eu fui estudar qual era, inclusive, tem uma proximidade com uma discussão da antropologia do direito. Qual era a razão para algo tão injusto ter acontecido com aquela pessoa, né? E daí, nessa pesquisa, foi entendendo como o estado brasileiro está organizado numa forma tão é desigual e racista.

 

E no meu outro TCC também é na graduação em ciências sociais, mas só que na licenciatura eu trabalhei numa turma de ensino médio lá em Natal, para entender como estudantes que tinham um perfil de evasão, aqueles estudantes que.

 

É, tendem a sair da escola o que eles estavam fazendo para não sair, porque eu queria compreender as estratégias de manutenção deles no espaço escolar. Aí é mais ou menos nessa linha que eu estou atuando, né? Segurança pública, assistência social e educação.

 

ALLISON

Ainda ilegal?

E qual a diferença entre antropologia e sociologia?

 

ROLFRAN

Há quem diga que a antropologia é a sociologia gostosa, porque é 11 forma de se pensar a sociedade a partir dos micro sociais e com contato mais próximo com as pessoas. Porque a sociologia ela pensa. Nem todos os trabalhos sociológicos são assim, né? Mas pelo menos a maioria, ela pensa a partir de grandes populações. Ela tenta refletir com grupos muito grandes, né?

 

É, e a antropologia. Ela tem uma pegada muito forte do trabalho de campo, então.

 

As pessoas que estão fazendo trabalhos antropológicos costumam focar em uma comunidade, em um bairro, em um grupo de pessoas e construir os seus trabalhos em diálogo com essas pessoas. Não é tanto com os censos, com os livros de Humanidades também usa, mas em uma proporção menor do que na sociologia, sociologia. Ela também usa o trabalho de campo algumas vezes, mas em sua maioria os trabalhos estão relacionado a esses grandes indicadores, né? Aí é uma diferença, assim, bem sentida.

 

As pessoas costumam gostar mais dos trabalhos da antropologia, porque são trabalhos que.

 

Dialogam mais com dinâmicas cotidianas, né? Nem são mais tão.

 

ALLISON

Complexas e ali, né, isso exatamente.

É o que te motivou a iniciar isso? Acho que até ter falado é uma motivação, né? Já falou sobre isso, né?

 

ROLFRAN

Um pouquinho mais, mas os trabalhos atuais agora.

 

ALLISON

É o senhor, porque assim sempre a gente tem 1111 Starter ali. Nem sim, cara, eu vou. Vou entrar por isso aqui um que eu acreditei isso, sei lá, alguma coisa assim, o que motivou, né, então?

 

ROLFRAN

O meu trabalho atual.

 

Foi porque quando eu estava pesquisando com as mães que tiveram um dos filhos assassinados.

 

Uma das coisas que eu percebi foi como elas não estavam só naquele papel, é da pessoa que está enlutada, que está muito triste porque perdeu um filho, porque muitas delas eram arrimo de família. Era uma pessoa que tinha que assegurar o sustento da casa, então elas não podiam ficar só se lamentando por aquela perda. Elas tinham que correr atrás, é do pão de cada dia.

 

ALLISON

Na roça cima, né, literalmente.

 

ROLFRAN

Nem exatamente assim não dá.

 

Não é assim que é a coisa mais difícil, né? Mas.

 

ALLISON

Claro que eu não perdi um filho, unem você também, mas é, tem uma dor gigantesca ali. Mas é necessário continuado em sim.

 

ROLFRAN

E aí, o que eu percebi que dessas mulheres era daquelas estavam virando o mundo de cabeça para baixo para sobreviver todos os dias. E eu trabalhei com elas no período da pandemia, que foi aquela loucura que todo mundo lembra, né? Que as pessoas que trabalhavam como é vendedor ambulante.

 

Em trabalhos é não regulamentados ou com a regulamentação muito frágil e verão que matar um leão todo dia. E ela estavam, por exemplo, na assistência social. É todos os dias batendo cabeça pra ver como ia conseguir o auxílio emergencial, como ia conseguir o benefício de prestação continuada, que é um benefício dado para pessoas idosas de baixa renda, isso, BPC, e daí eu me interessei, né, pra pra ver como essas pessoas que.

 

Às vezes são tão pouco vistas, porque.

 

É nesse país que, infelizmente, eu dei a pobres. É pouquíssimas vezes a gente se atenta para ver os esforços cotidianos de pessoas que estão é perdendo sua saúde para garantir a vida dos seus, né? E essas pessoas que às vezes são tão negligenciadas, são que fazem esse país não ir para o buraco de vez, né? Elas podem até não estar saindo em atos todos os dias, não estarem falando em jornais, não estarem se expondo tanto.

 

Mas elas são que, por exemplo, garante que uma política como a do bolsa família, como a do auxílio Brasil, agora antes, né? Oo auxílio emergencial, não é?

 

Descambasse de vez, não é porque a gente sabe que teve muitas fraudes ali No No, nos auxílios no recebimento, né? É tiveram muitas pessoas, tinham dificuldade de acesso, essas pessoas, elas estavam brigando na sunitas dos cras. Nós Unidos, cadastrou únicos, é pedindo a ajuda de vizinhos que tinham acesso a recursos que elas não tinham, como computador, impressora, e isso muda a realidade social, não só da família delas, mas muda a realidade social de todo mundo que precisa ter acesso a esse benefício porque, por exemplo, essas mulheres, elas.

 

Com essa informação, elas passavam para as vizinhas, passavam para as amigas e isso é criando uma rede que garante a sustentabilidade não só da família dela, mas de outras famílias também.

 

ALLISON

Peraí.

 

É, é isso, é você falando, eu me lembrei que eu eu já usei o.

 

É o clima. Era bolsa escola.

 

ROLFRAN

Sim. Na época do governo FHC, né?

 

ALLISON

Era bolsa escola. Era interessante, eu e você falando agora de aí, veio um ano.

 

Voltando assim mesmo.

 

É, você faz uma ligação das questões raciais. Conformação no Brasil com a formação do Brasil com.

 

ROLFRAN

Certeza o país que a gente tem hoje foi construído.

 

É a partir do trabalho não pago de populações que foram escravizadas tanto de pessoas que vieram de África quanto de pessoas que já viviam aqui, né? Dos autóctones, que hoje a gente entende como indígena.

 

Que foram, escraviza 12 e que não tiveram acesso depois do final da escravidão, a reparação social e por isso a gente vê as mesmas pessoas, concentrando Riqueza nesse país e as mesmas pessoas é nas periferias, nos piores postos de trabalho, dependendo de políticas, é sociais que deveriam funcionar muito melhor do que funcionam. Então pra gente entender o nosso país hoje a gente tem que entender.

 

É a tragédia social que foi a escravidão e tem que entender a tragédia social que foi não ter tido reparação após a escravidão.

 

ALLISON

Mas aí é eu vou, Fran, essa questão de escravidão é uma coisa meio mundial aí, né? A gente vê escravidão falada.

 

Por exemplo, na bíblia, né? Um lance de escravidão naquela época, quando, por exemplo, o pessoal estava preso lá no.

 

Oo judeu estava lá.

 

ROLFRAN

No?

 

ALLISON

No Egito EE ele era escravo do povo egípcio, né? Ele era um realmente escravizada ali, então é uma coisa que já vem, é um negócio meio que cultural, aí já vem de muitos anos, né? E era muito difícil isso não acontecer no Brasil, né? Já que os países da Europa escravizavam.

 

É o os negros, né? Daqui da África e tal negócio todo, então é um troço muito antigo, né? Inclusive, teve uma história que eu li, eu não lembro agora.

 

ROLFRAN

Exatamente a gente só ter fazer um adendo assim, no que você está falando? Porque é Alisson, né? Eu às vezes eu tenho um problema econômico, é Alisson, é. Existe uma diferença muito grande entre a escravidão que você está relatando que existe na bíblia e coisa e tal é que os hebreus foram submetidos.

 

E a escravidão que existia no período moderno, a escravidão por dívida. Sou escravidão por guerra. Ela não desterritorialização as pessoas, as pessoas. Elas eram escravizadas no próprio canto, onde antes elas moravam. É uma coisa.

 

ALLISON

Terrível. Era livre, se passaram a ser escravizadas, mais ou menos isso.

 

ROLFRAN

É uma coisa terrível, mas as pessoas, elas não entravam em um navio e passavam um oceano para ir explorar um outro território. Porque a escravidão que teve na modernidade foi de.

 

Largas massas de pessoas, não é?

 

É saindo de um continente para outro, para ser submetido a processos de escravidão extremamente violento, bem mais do que esses que você descreveu, que também eram bastante violentos.

 

É, e pra garantir.

 

E o acúmulo da Riqueza de alguns povos, né? Que depois se tornaram países também.

 

É, então, por exemplo, hoje, se eu perguntar para você, onde estão os países mais desenvolvidos do mundo, você diria que está onde? No norte, isso? No norte global, a maioria na Europa, né? E alguns é na Ásia, outros na América do norte.

 

Esses países.

 

A maioria está na Europa.

 

Eles acumularam a Riqueza deles através.

 

Do trabalho não pago de pessoas que foram tiradas do seu continente para ir para um outro lugar e através da exploração de de territórios que eles deixaram devastados. Se eu perguntar para você também, quais são os países mais pobres, provavelmente você vai apontar os países da América Latina e os países é da África, né? É do continente africano isso.

 

E também não é por acaso isso. Então, quando a gente vai, por exemplo, pensar Na Na Grécia que tem esse tipo de escravidão, é no Egito que tem esse tipo de escravidão. A gente vê que houve acumulação de riquezas em Roma também, mas não é como é. Houve nos países europeus, né? E os resultados do que aconteceu é na Grécia, no Egito, a gente senta, mas a gente senta em uma proporção bem menor do que hoje a gente sente.

 

É nos países e na relação dos países europeus com os países sul-americanos e da África, né? Então, não dá para assim pensar que é a mesma coisa, porque apesar de existirem diversas experiências de escravidão na história, elas não são iguais e essa diferença é muito importante para a gente compreender a realidade social de hoje.

 

ALLISON

Certo, entendi.

 

E aí, existe diferença entre raça, cor e etnia?

 

ROLFRAN

Existe, mas no Brasil, especificamente, porque também essas discussões elas mudam de país para país. É.

 

Co. É o que a gente vê na pele das pessoas, não é raça.

 

É o conjunto de fenótipos que envolvem a cor também.

 

É fenótipos, é a identidade biológica que é aparente.

 

É, por exemplo, o nariz, a boca, o cabelo.

 

ALLISON

Tipo chinês não é tão chato, né?

 

ROLFRAN

Isso pronto, são os fenótipos do que a gente entende como chinês e algumas pessoas também entendem como asiático. É, então, o Senado prevê uma pessoa negra seria a pele escura, nariz largo, boca larga, cabelo que não é liso, que essas diferenciações também são diferenciações que mudam de canto para canto, né? Aqui no Brasil a gente compreende mais próximo disso.

 

É etnia, é? Está ligada à pertencimento cultural.

 

É como um.

 

O grupo se entende.

 

E entenda a diferença com outro, entende? Por exemplo, se eu falar a etnia dos indígenas é potiguaras do Catu, que é um povo indígena que existe aqui no Rio Grande do Norte.

 

E lá você vai ver pessoas de pele branca, pessoas de pele escura.

 

E mais, todas elas se entendem como pertencentes a uma cultura que é diferente da cultura de fora lá dos potiguares do Catu.

 

Então a etnia está ligada à pertencimento cultural, a raça a elementos biológicos visíveis e a cor é um dos elementos biológicos visíveis que compõem a raça.

 

ALLISON

Ele.

 

Essa senha é bem sutil assim dessa pessoa, não, não, não explica, né? Não vai negando, né? Mas se deixar, passa.

 

ROLFRAN

Aí é importante pra gente que é da antropologia, né? Mas algumas pessoas que às vezes passa desapercebido mesmo.

 

ALLISON

Entendi aqui no Brasil a sociologia, assim como a filosofia. São matérias escolares. Você como você analisa o fato da antropologia? Não sei também ensinada dentro das escolas.

 

ROLFRAN

É, na verdade, no ensino médio.

 

É em alguns anos se tem disciplina de antropologia dentro do que é chamado de sociologia, porque era mais interessante que, em vez de chamar a disciplina de sociologia, chamasse de ciências sociais, que dá engloba tanta ciência política contra sociologia e antropologia.

 

Só que mesmo assim, chamando de sociologia, maior parte do dos anos, quando a pessoa vai estudando é sociologia, depois tem 11 ano que estuda, um semestre, estuda, é antropologia. Outro semestre estuda ciência política. Se se é que não mudou, porque está tendo as alterações no ensino médio? Sim.

 

Eu acho muito importante de ser ensinado essas matérias para dar um conhecimento crítico para as pessoas.

 

Porque com esse conhecimento crítico, a gente ajuda a não ter uma série de impasses porque, por exemplo.

 

Quando a gente está discutindo escravidão.

 

Isso também podia ser visto na disciplina de de história, né? Mas isso que você me trouxe, que é um elemento bem comum das pessoas falarem, né? Tipo, existem, não escravidão em diversos povos. Isso é uma coisa que está difundida No No mundo. Se a gente estuda as diferenças das escravidões, como cada um impactou no seu período e no seu local, a gente vai compreender que as pessoas que hoje são marginalizadas nesse país, elas não são marginalizadas, porque elas não estão se esforçando para sair da marginalidade.

 

Nossa, marginalizada, porque existe um processo histórico que está relacionado com essas coisas.

 

E se você aprender isso desde o ensino médio, você, por exemplo, não vai ter tanta resistência quando tiver uma ação afirmativa. Como as cotas é você? Quando vi as cotas, não vai querer fraudar, que é o que infelizmente acontece muito no nosso país. Então por isso que eu acho que é muito importante. Desde muito cedo as pessoas é terem acesso a esses debates. Acho que era para ter até no ensino fundamental, assim, eu acho que as crianças estão preparadas para discutir todos esses assuntos, né? Obviamente com uma outra abordagem, mas seria interessante discutir até porque.

 

Se a gente não faz essa discussão na escola, as crianças não têm acesso a essa discussão por outros cantos, né? A internet e a TV dá margem para esses debates.

 

ALLISON

Entendi. Eu acho que Na Na uma matéria que eu digo, ou seja, para ser obrigatório.

 

Na sala de aula, devia ser matemática financeira, economia, muita gente sabendo que é um boleto, um tá, entendi agora, meia realmente aí meio doida aí. E assim são coisas do nosso dia a dia, né? Então a lidando com isso todos os dias, né? O rumo com a política também é bom entender essas coisas aí aí tem uns assuntos Na Na, na no colégio que, sinceramente, eu nunca usei na minha vida, entendeu? O rap pra nada, entendeu? Só é só injeção de linguiça. Eu me lembro que dizia à Muralha da China, tem tantos quilômetros, eu quero saber disso. Nunca nem fui lá nem quero.

 

Saber disso, um de faz sentido.

 

ROLFRAN

É, então eu, eu acho assim, que é importante ter essas disciplinas mais práticas que a gente usa no cotidiano, sim.

 

É também é bom que a gente tenha algumas discussões mais complexas, porque isso garante que a inventividade.

 

É dessas crianças, desses adolescentes ou desses adultos que estão estudando não seja podada e que eles possam fazer coisas muito além do que eles é, poderiam fazer naquele momento.

 

Então é legal que eles aprendam a escrever corretamente e aprendam a ter uma organização financeira, mas também é legal que eles aprendam sobre a Muralha da China, porque se um dia eles quiserem, é pesquisar sobre a China, quiserem ser torcer lá na China é que é o Google, não dá todas as informações, né? E pra se eles quiserem trabalhar no Google pra falar informações sobre a Muralha da China, eles vão ter que ter tido acesso a essa discussão antes, é?

 

Então acho que é importante tentar equilibrar as 2 coisas. Agora tem 11. Questão assim que é bem, é delicada e é um debate muito Sério que a gente tem que que fazer.

 

Que é sobre.

 

A funcionalidade da ciência, né?

 

Uma ciência que não está a serviço das pessoas, ela não é ciência, ela é faça.

 

A ciência tem que ser útil para as pessoas poderem transformar as suas vidas, né?

 

A ciência tem que ser útil para que a humanidade consiga melhorar suas condições.

 

Porque quando ela não tem essa utilidade.

 

Ela acaba sendo instrumentalizada para fins terríveis.

 

E a história está cheia de.

 

Indicativos disso, né?

 

A discussão da educação financeira, eu acho muito relevante, porque tem muita gente que é se envolve em ciladas que poderiam ser evitadas se tivesse essa formação. Por exemplo, o cartão de crédito é o cavalo de Tróia do pobre.

 

Porque ele desloca o poder de consumo.

 

É da capacidade financeira da pessoa. A pessoa compra muito mais do que consegue pagar, então muitas vezes você fica refém daquele cartão, você fica a vida toda sem conseguir pagar aquele cartão, porque quando paga, vem outra dívida.

 

E eu acho que é uma coisa importante da gente discutir nas escolas agora, só que qual é a falácia de discutir isso? Por exemplo, não discutir desigualdade é social econômica no nosso país, porque dá para falar para todas as famílias que cortam o cartão de crédito.

 

Muitas famílias só consegue sobreviver com esse recurso porque um salário mínimo hoje nesse país é insuficiente para você sustentar uma família.

 

Principalmente se você pagar aluguel.

 

Você pode passar fome trabalhando.

 

Se você morar sozinho, pagando aluguel, você pode passar, imagina, você tem que sustentar uma família com um salário mínimo. Então como é que você vai dar educação financeira para uma pessoa dizer, olha, não use o cartão de crédito porque ele deslouca o poder de compra da capacidade financeira, mas essa pessoa vai sobreviver como se não for com esse recurso.

 

Então é uma coisa que é por isso que a gente não pode tirar a discussão crítica é dessa discussão mais prática, né?

 

ALLISON

Não, eu entendo, mas assim é, é você falou o cartão de crédito, mas, por exemplo, a pessoa recebe um dinheiro ali, qualquer coisa ali, aí corre, vai lá, gasta tudo e não é nem questão de ter um cartão de crédito, é questão de realmente assim, de.

 

Quantas pessoas a gente vê? AA gente se deu um prêmio ali. 1000 BRL o Halen Torra todinho colocar gasta tudo aí. Às vezes você vai ver o que a pessoa usou. Ela não usou algo para dizer assim. Um por exemplo, a tenho 1000 BRL aqui eu vou comprar pra comprar fruta aqui revender, sei lá, fazer negócio. Um AO resumo da ópera, isso aí a pessoa usa com coisas super, muita, vai comprar uma roupa né? Porque ele tá faltando a roupa por sim, mas se você não tivesse os 1000 BRL, você não ia continuar com a roupa que você já tem. Então, esses detalhezinhos que às vezes a uma educação financeira iria ajudar a pessoa, não ficar sem.

 

Não entrar num já quem está falando que e desigualdade existe, o que o consumismo? Sim, a indústria quer vender o rumo, né? Todo mundo quer vender. Então, se o se a pessoa não entra no, no, no, nesse fluxo, né? Eu uso o Instagram hoje.

 

Quantas propaganda vem num dia no Instagram, um que quer fazer lá quer lhe vender? Então, se você, tudo que você.

 

ROLFRAN

Viu até lentamente, né? Porque você tá? Você já estava pensando, nossa, eu preciso de um óculos novo, sempre vai aparecer uma propaganda.

 

ALLISON

Ouvindo aqui, daqui a pouco ele comprou e assim o que que acontece é, é, é tudo isso é projetado para que você consuma um se você não tenho esse pensamento, esse freio, esse, essa nessa debret aí, né? Dá uma freada aí, um você vai gastar tudo e com cartão de crédito.

 

Facilita muito o acesso, né? Como é que você vai comprar aqui sem um cartão de crédito? Agora vem o PIS, né? É eu, eu.

 

ROLFRAN

Concordo totalmente com contigo que a educação financeira é uma matéria relevante para se ter nas escolas. A única coisa assim que eu acho que a gente nem tá discordando não. Eu só tô pontuando, que é importante que a gente também tenha uma reflexão crítica, porque às vezes é essas discussões sobre a educação financeira. Elas acabam criando 11 culpabilização da pobreza para o pobre.

 

E isso é uma coisa muito séria, porque eu já falei, vou repetir, a gente está num país que é extremamente classista, então as pessoas aqui tem ódio de pobre, as pessoas não enxergam que o problema não é o pobre. O problema é a pobreza.

 

Então não é o pobre que vai acabar com a pobreza.

 

Quem tem que acabar com a pobreza é o povo organizado, lutando contra a desigualdade, porque só vai deixar de de existir uma situação em que as pessoas estão endividadas, é estão passando fome. Quando parar de ter concentração de Riqueza, não está ligado às pessoas aprenderem a usar bem os seus recursos, porque, sinceramente, quem usa pior os recursos nesse país são as pessoas ricas.

 

Elas é quem é sempre botam, é o país na berlinda. Elas são quem torrão o patrimônio nacional e mandam os recursos que conseguem nessa Torra do patrimônio nacional para o exterior e que guardam pra deixar o dinheiro rendendo e não fazem a economia circular, então.

 

É importante que as pessoas que têm poucos recursos aprenda a administrar bem os recursos que tem, mas a gente não pode criar a ilusão que isso vai fazer com que a sua pobreza seja superada, porque não vai. O que vai fazer a pobreza ser superada É o Fim das desigualdades.

 

ALLISON

Eu não acredito nisso, né?

 

ROLFRAN

Não, mas você tem uma linha.

 

ALLISON

Pensamento é diferente, né? Mas é porque Eu Acredito muito no trabalho, né? Como é que distribui renda, trabalho Rodrigo emprego, que distribui renda mais do que qualquer outra.

 

ROLFRAN

Coisa, mas tem trabalho para todo mundo.

 

ALLISON

Aí, pronto, você fala assim, tem trabalho para todo mundo.

 

As pessoas estão especializada para suas vagas.

 

ROLFRAN

A pessoas especializada?

 

ALLISON

Especializando?

 

ROLFRAN

Todas as pessoas especializadas desse país tenham oportunidades para conseguir trabalho.

 

ALLISON

Fui especializado e realmente quiser trabalhar. Eu acho que tem. Seja assim, o frango é desculpa, eu. Eu quero só me dar passar um pouco, porque assim quando a gente fala, a gente empresta os óculos da visão de um para o outro, sim.

 

ROLFRAN

Claro, com certeza.

 

ALLISON

Eu peguei o vi, eu vi o mundo com os seus óculos, o você me explicando aí, certo? Da forma que você falou e minha forma de de ver.

 

Ela mudou pouco. Muita coisa se falou, concordo, literalmente existe uma desigualdade.

 

Mas eu não acredito que o estado vá tirar essa desigualdade. É um estado que nem não faz esse papel. O estado não produz Riqueza de nada, entendeu? O estado. Ele só está aqui para fiscalizar.

 

E ele se vê que eles não têm interesse nenhum de fazer isso, infelizmente.

 

Mas quando você, quando a gente abre uma vaga, né? A uma vaga de emprego que chega os currículo, a galera não está preparado, entendeu? Você vê que o pessoal não tem preparo.

 

Aí, uma coisa que.

 

Isso é você, eu usei. Já o bolsa bolsa escola, né? É bolsa escola.

 

E eu já fui usuário do bolsa escola e uma coisa que eu discordo dessas bolsas assim, particularmente, é que ela não tem um limite, acaba que a pessoa não tem tipo a faça um curso, você vai receber isso aqui até pagar o seu curso, apresente alguma coisa assim, pra se especializar, né?

 

Eu não vejo isso, se tem, eu desconheço. Desconheço um ano muito ligado com isso, não é estudando, estão esse esse assunto aí. Você pode ser que seja mais o ruim está mais por dentro disso.

 

Então existe uma certa é, né? EE 11 ideologia, que Deus assim dê um pouquinho ao pobre e ele vai se satisfazer com aquilo e não vai nos questionar isso? Eu estou falando, é um político falando isso, um político fala isso, né? E eles realmente usam o povo, a massa que a grande massa ela é no Brasil, ela é pobre e 70% das pessoas no Brasil elas passam por você, pode destruir o melhor que eu estou chutando um pelo amor de Deus, né, tudo bem, eu estou só.

 

Mas a grande massa, ela. Ela está nessa situação aí de de de, de, da, da classe mais mais baixa, né?

 

E com isso, existe 111 manobra por parte do governo de manter essas pessoas onde elas estão e não de trazê-la de vamos para aí um você não está recebendo a bolsa, tá? Então você precisa me apresentar aqui um link. Na minha época hoje deve ter. Ainda não sei.

 

E para receber o bolsa escola, eu tenho que ter.

 

Está no colégio ritter.

 

Participação, né? Não tem nota tal negócio? Hoje eu não sei como está isso, mas isso é o sentido para que a pessoa se especialize e saia da situação de pobreza, entendeu? É uma visão que eu tenho, né?

 

ROLFRAN

Então é bem complexo tudo, né? E quando a gente vai é observando esses assuntos no cotidiano. Na prática, a gente vai vendo aqui fica ainda mais complexa porque.

 

Você estava falando, né? Da questão da especialização e muitas pessoas não têm a especialização necessária para ocupar determinados postos de de trabalho. É?

 

Não ter uma formação adequada também é um problema social.

 

Se as pessoas não estão conseguindo atingir essa formação para ocupar vagas de trabalho que existem com tanta gente precisando trabalhar.

 

É porque algo está muito errado, algo está acontecendo de uma maneira que deveria ser mudado.

 

Isso é um ponto em relevante para a gente pensar.

 

Em relevante não relevante, era só pra gente pensar. Outro ponto é que as pessoas mais especializadas nesse país estão indo para fora.

 

Existe uma coisa chamada fuga de cérebros. Você já ouviu falar?

 

ALLISON

Não sei não se é a mesma coisa que eu tô pensando aqui, mas eu até estou aqui para fazer isso, para citar você. Essa história que eu vi falar de do que aconteceu.

 

ROLFRAN

Né? É então falando assim, rapidamente é. Tem muita gente que está se formando, sendo aluno de excelência, aluna de excelência.

 

É fazendo pós-graduação.

 

E não está tendo posto de trabalho no Brasil, então está indo para a Europa, está indo para a América do norte porque lá tem espaços de trabalho. Então não é só um problema de falta de especialização. Quem especializado também está ficando desempregado nesse país. É, inclusive um medo que eu tenho, porque quando finalizar o doutorado, vai acabar o meu financiamento. Eu não sei se eu vou ter emprego no Brasil, eu estou me organizando para, se não tiver emprego aqui eu ir para fora e acho isso um grande problema. Gostaria de me manter No No Brasil.

 

Porque assim te stas. Os cientistas do país são patrimônio intelectual desse país.

 

É, mas infelizmente o Brasil ainda não investe tanto em ciência.

 

E qualquer país no mundo que buscou ter soberania, ele investiu em ciência. É então essa questão de de trabalho. Não é só esforço.

 

Num país tão desigual, se esforçar não é o suficiente, porque a gente não tem oportunidades.

 

Eu acho que é uma coisa bem pertinente para a gente pensar quanto aos programas de redistribuição de renda. É o bolsa família. Tinha um conjunto de políticas atreladas, é que não se reduzia AO recurso financeiro.

 

O auxílio Brasil não tinha porque até ele não foi pensado para ser um programa de longa duração ou se o Brasil não. Perdão. O auxílio emergencial era uma boia de salvação para um momento de crise da pandemia. Já o auxílio Brasil.

 

Ele foi feito de uma maneira muito problemática, que foi muito acelerado e daí ele se reduziu ao recurso financeiro e também às vésperas de uma eleição, né? Então, tentando uma discussão, até que ponto era um interesse para superar. É problemas de desigualdade de renda e até que ponto era um programa para comprar voto, né? Mas aí tem essa diferença do bolsa família para o auxílio Brasil. Um estava ligado a uma série de políticas e o outro era concentrado.

 

Só no recurso financeiro as condicionalidades que é isso que você estava falando, de se manter na escola é também tem algumas condicionalidades ligadas. A questão de saúde, né? Para acompanhar a criança e o adolescente pra ver se ele está se desenvolvendo bem, se manteve nos 2 programas.

 

Então era uma coisa pertinente para a família se manter recebendo e, obviamente, gerava impactos.

 

E não só isso, também para quem era distribuído, né? Porque também não é esses programas. Eles tinham o direcionamento para as mulheres que costumavam ser chefes de família, então isso mudava a configuração familiar. Então esse conjunto de coisas eram coisas que eram para ser pensadas pra melhorar o desenvolvimento daquela família, né?

 

Porém, uma coisa que a gente vem se deparando nas pesquisas com classes populares No No Brasil é que as políticas públicas são feitas de uma forma muito precária.

 

Elas não são feitas para ter a excelência que é proposto no papel. Se você pegar a política do sistema único de assistência social.

 

É AA regulamentação, perdão e também todas as políticas públicas que estão ali dentro. Você vai ver coisas assim, maravilhosas. É lindo e você não vê aquilo sendo aplicado Na Na prática e por isso que é tão importante a gente fazer essas pesquisas em campo para ver como as pessoas estão pressionando para aquelas coisas que estão funcionando de uma forma tão precária. Não funcionar de uma maneira tão precária assim.

 

E, sinceramente, a única justificativa que eu consigo encontrar neste momento, obviamente, pode mudar com o meu amadurecimento intelectual, mas é o que eu consigo ver agora é que essas políticas só não funcionam como estão no papel porque esse país não quer fazer justiça social.

 

Esse país tem ódio de pobre e quando a gente vai tentar descascar essa cebola para ver que ódio de pobre é esse, a gente vai ver que é ódio de gente marginalizada. E quando a gente vai ver quem é essa gente marginalizada, a gente vai ver que a maioria da população Brasileira que está nas margens, que a gente preta são as herdeiras e os herdeiros do processo de escravização, as pessoas que não tiveram reparação naquele período e que até hoje vivem situações extremamente precárias.

 

E que sempre que tentam se organizar para reivindicar uma coisa diferente, são duramente reprimidas.

 

É, e você estava falando aqui. Não achava que o estado e a garantir essa esse fim dessas desigualdades.

 

ALLISON

Distribuída, né? Fazer isso não e eu concordo com a recarga nele e tirar dele do pobre com certeza tem mais tira dele pobre.

 

ROLFRAN

Eu concordo totalmente com vocês, se você.

 

ALLISON

40% de imposto num que líder ou.

 

ROLFRAN

Se você perceber, é em nenhum momento eu falei que ia ser o estado que ia fazer essa reparação é esse fala. Isso foi um deslize.

 

ALLISON

Não, não, mas.

 

ROLFRAN

Quem vai fazer essa reparação?

 

É o povo se organizando, só o povo salva o povo.

 

É, a gente tem que ter processos organizados das pessoas para reivindicar uma política de assistência social que funcione. Uma política de saúde que funcione, uma política de segurança pública que funcione, porque os cantos que essas políticas não estão funcionando, você pode ver. É nos bairros pobres.

Veja aqui em Parnamirim, veja onde é que as instituições funcionam melhor.

É sempre cohabinal.

 

É onde estão as pessoas que mais dinheiro dessa cidade.

 

É nos bairros periféricos, é o pau torando toda hora.

 

E se essas pessoas, isso, essas pessoas são ali no postinho de saúde, é lá tranquilamente forem com as faixinhas dizendo, a gente quer que aqui nesse posto de saúde, tem uns insumos básicos ou se elas forem lá no cras, a gente quer que a que a gente tenha profissional suficiente para atender a gente.

 

Não tenha dúvida que vai guarda municipal, vai PM para bater no pessoal. Não, se não for, é uma exceção. Comumente vai, porque essas pessoas não são as mesmas que estavam lá em Brasília quebrando tudo, as as pessoas que estavam lá em Brasília, elas têm uma cor muito específica.

 

ALLISON

É, mas se se for entrar nesse ideologia aí nesse, nessa ideia, aí em 2013 que teve quebra-quebra, 2017 teve quebra, quebra é 2006, teve quebra, quebra, quebra, quebra. Sempre teve esse país, entendeu? Sempre foi assim, tanto de um lado como do outro, entendeu?

 

ROLFRAN

Mas a gente tem.

 

ALLISON

Que é isso aí é, é meio que.

 

Dos 2 lados se for pensar dessa forma, como você está dizendo.

 

ROLFRAN

Aí, mas aqui tá. O 2013 realmente teve algumas vidraças quebradas, foram para um serviço full, botaram.

 

ALLISON

Fogo teve fogo em alguns.

 

ROLFRAN

Cantos que eu estava, mas não foi uma coisa igual a que teve, é recentemente a gente não viu, tipo, uma invasão do dos prédios lá de Brasília. Você já foi lá em Brasília, né?

 

ALLISON

Não que eu fui, não.

 

ROLFRAN

Já fui algumas vezes e também já fui para alguns atos. Lá tem espelhos dágua da enorme ali na frente.

 

Os atos que eu fui quando a gente estava chegando perto do espelho dágua era bala de borracha, era gás lacrimogêneo, bomba de efeito moral. A gente nunca conseguia passar ali daquele espelho dágua. Como é que esse povo conseguiu passar do espelho dágua, chegar dentro do prédio, ficar tanto tempo lá fazendo essa quebradeiras? Existem questões muito profundas e que estão ligadas à história e a organização social desse país que combinaram naquela situação, não é? Não é só da política atual, é da política que são como esse país.

 

ALLISON

Existe uma coisa chamada rede social, certo? Você vive numa bolha.

 

Eu vivo em outro. Se você olhar o meu Instagram e falar de uma coisa, nem Instagram tem na verdade, né? Minhas redes sociais, em outras, o que é Instagram? Alguns muito poucos. Um que eu uso só o da empresa é, se você olhar o seu, você vai ver coisas que lhe interessa. Um se eu se olhar o meu, você vai ver coisas que me interessa, entendeu? Então, com certeza essa, essa.

 

Essa situação vem sendo criado esse esses 2 lados, essa polaridade gigantesca, ela vem sendo criado dentro da rede social porque A Rede Social pra que ela se torne atrativa ao usuário, ela precisa se parecer com você. Um, porque se ela se parece com outra pessoa, ela não é atrativa. Você então acaba gerando essa essa polaridade. Um mas não quero entrar nesse assunto não, que é.

 

ROLFRAN

Muito bom. Só queria comentar uma coisinha que é relacionado ao meu trabalho da da graduação, que é muito importante assim pra pontuar.

 

Aqui que eu vinha pensando até para separar essas. Na entrevista um é em 2013, a gente só teve um preso político. Sabe quem foi o Rafael Braga, um menino negro que não estava participando do protesto, vive em situação de rua, estava passando lá no meio da rua, no ato é foi preso com o Pinho sol e água sanitária. Isso e foi dito que aquilo era um elementos para produzir uma bomba caseira.

 

O que que esse menino tinha de perigoso? Estava tendo esse quebra-quebra que você falou que não se compara ao que teve recentemente, mas estava tendo se quebra aquela porque só ele foi preso, o que que tinha naquele corpo que tinha naquela pessoa que fez ele ser encarcerado, ser único, encarcerado, de 2013?

 

Era um menino negro?

 

De uma periferia que estava em situação de rua.

 

É que trabalhava em um trabalho extremamente precarização, que era limpando o vidro.

 

E tem outras coisas também na história.

 

ALLISON

Verdadeira em 1200 pessoas. Por isso, não é.

 

ROLFRAN

Não. Atualmente tem. Vamos ver se fica, né? Se não vai ter anistia?

 

ALLISON

Então estão presos lá, é 13.

 

ROLFRAN

Não estão passando pelo processo aí de clivagem vamos ver se vão ficar, não vou.

 

ALLISON

Ficar no H1 a 1200-1200 tem um pé eu.

 

ROLFRAN

Não, eu. Eu não acho que as pessoas estão tomando sem encarceradas e também, eu não defendo esses tipos de encarceramento, mas o estranho vai ser difícil.

 

ALLISON

Entender o Fran em que existe lá pessoas tem crit em crianças com liberada velhos e idosos, né? Tava lá.

 

Senhoras, senhores, lá e assim.

 

O que Eu Acredito é que tem que existir uma equilíbrio. Não tem equilíbrio, cara. Mesmo uma decisão, você prender 1200 pessoas. Pô, tava todos lá quebrando tudo. Me 200 pessoas.

 

ROLFRAN

Não, nem cassi olha, então eu eu. Eu não. Eu estava falando desse processo em cancelamento, mas eu não tô defendendo que é seriamente em massa, não. Aqui eu sou contra. Eu acho que as prisões brasileiras estão superlotadas e isso tem que ser revista à política de encarceramento, porque o cara ele tem que ser para as pessoas extremamente perigosas.

 

E infelizmente no Brasil, não é o que a gente vê. O que a gente vê é um encarceramento em larga escala de pessoas pobres e pretas, muitas vezes por crimes. É de baixíssima periculosidade ou de nenhuma periculosidade.

 

Mas que se tornam pessoas perigosas porque estão num lugar é que têm contato com situações extremas.

 

Então, se eu não defendo o encarceramento em massa, é para aquelas pessoas. Eu também não dou. Não defendo para. Para outros estava aqui comparando, não sei porque o impacto que o Rafael Braga causou de andar no meio da rua, sem estar nem participando do protesto com alguém sanitário e um detergente foi muito menor do que.

 

Uma ruma de gente entrando para destruir o patrimônio nacional, porque não foi só umas vidraças, foram quebradas. A gente tá falando de obras de arte, de relevância Internacional.

 

É, por exemplo.

 

ALLISON

Né? É.

 

ROLFRAN

Mas também da frente, que ninguém seja preso. Não, não acho que Cáceres.

 

ALLISON

Vagabundo tem que ser preso, vagabundo sem futuro assim.

 

ROLFRAN

Eu quero.

 

ALLISON

Vagabunda perigoso, que tem perigoso, tem que ser preso, não é? Vai ter 11 cara que matou um homicídio na rua. Quem já quer viver com homicídio?

 

ROLFRAN

Pé não, eu concordo com pessoas.

 

ALLISON

Não, tem que ser.

 

ROLFRAN

Preso, mas é esse é o problema, porque eu, eu concordo com e a gente com tem acordo nisso. Eu acho que estupradores em série, assassinos em série, tem que estar encarcerado. Isso eu tenho total acordo com você.

 

Mas a questão é que se você for pegar os dados de quem está sendo encarcerado no Brasil, são pessoas por crimes que se a gente mudar, se a compreensão do que é crime não estariam ali.

 

Porque, por exemplo, está um estuprador insere um assassino em série. Eu concordo com vocês.

 

ALLISON

Aí quer dizer que o cara que assalta um celular leva um celular, não é para ser preso?

 

ROLFRAN

Agora, agora eu lhe perguntasse, né? Agora eu lhe pergunto, tá uma pessoa que foi presa com um celular, ela vai presa? É no caso, ele. Você acha que ela vai ter uma possibilidade de repensar o seu crime e ser livre e reintegrado? A sociedade é de uma maneira melhor do que ela entrou no cárcere.

 

Ela vai sair pior nos cárceres brasileiros, na real.

 

ALLISON

Comenta. Ele sai pior.

 

ROLFRAN

Então você acha que é uma coisa interessante mandar uma pessoa para ela sair pior do que ela entrou.

 

ALLISON

Mas aí é assim.

 

Eu sempre digo antes mesmo de você falar um, a gente sabe e tem até um ditado, né? E agora ele vai entrar na faculdade. Nem consigo investir, vai, vai ser preso, vai entrar na faculdade, vai sair pior ainda.

 

ROLFRAN

Né? Isso é absurdo, né? É.

 

ALLISON

Agora, isso aí tem que ser resolvido dentro das previsões e isso é um problema das prisões, né? Aí agora vamos lá.

 

Educar o jovem brasileiro.

 

A trabalhar, sim, ela não quer trabalhar o fato no fim da concordo totalmente porque o pessoal.

 

ROLFRAN

Às vezes eles caem, não tem trabalho, né?

 

ALLISON

Esse negócio da rede social não beleza? O negócio da rede social aí, ô, só vida Mansa, né? Porque você abre o Instagram, tem alguém lascado lá, um tá todo mundo bem, muito bem, entendeu aí, Oo jovem, né? Olha ali adolescendo aí, meu amigo.

 

ALLISON

Eu vou é fazer alguma cor para ter a mesma vida.

 

Eu quero viver assim, aí vai. Qual o campo mais rápido? Ele é, infelizmente, o povo a criminalidade para para droga, tráfico.

 

ROLFRAN

Essas coisas, você não acha que isso é um problema social? É um problema individual.

 

ALLISON

Não é um problema social e também individual. Um eu vejo que é o juiz.

 

ROLFRAN

Tal espera, tu acha?

 

ALLISON

Bolha, né? Na verdade.

 

ROLFRAN

Um, então é porque aí é que está a prêmio. Assim concordo com você que as prisões tem que ser repensada. Se eu acho que é isso que.

 

A gente tem que ser crítico. Quando a gente fala encarceramento, porque se você está aprendendo uma pessoa, porque ela roubou um celular para ela sair de lá cometendo homicídio, então está sendo péssimo apresentar, sendo um custo social terrível, fora o custo financeiro, que é caro.

 

ALLISON

Aí, o que que faz para o cara não assaltar?

 

ROLFRAN

Então tem alternativas, é mediadora se, por exemplo, você fizesse um acompanhamento psicossocial com essa pessoa, é cobrasse que ela pagasse o celular. São alternativas que você não vai encarcerar essa pessoa e que talvez você tenha um retorno.

 

Mais interessante agora, porque a aí vai voltar para o mesmo ponto, porque as pessoas preferem que ele vá lá para o cácere que eles se lasquem. Lá, não sei nem se pode falar esses tipos de termos.

 

ALLISON

Mas é assim, é assim.

 

ROLFRAN

É assim?

 

ALLISON

De boa, mas tipo assim.

 

ROLFRAN

É, deixa eu só finalizar rapidinho, qual que as pessoas querem que levar para o pior canto que existe hoje na sociedade Brasileira? Porque essas pessoas têm ódio. Se for um filhinho de papai que, sei lá, não precisa. Mas se ela quis brincar de fazer um furto, pegou seu celular e saiu só pra tirar uma onda com sua cara?

 

Essa pessoa nunca vai parar no cárcere nunca. Ela vai ter os melhores advogados. Ela vai ter chance, por exemplo, diz que eu te falei, ela vai poder pagar o celular que ela furtou, seu é. Vai ter um acompanhamento com a psicóloga, com a assistente social. A família vai ser assessorada, ela vai ser reparada ali. Então por que pra um pobre, uma pessoa comumente preta?

 

Tem que ir para as piores condições sociais possíveis, em uma pessoa bastarda pode receber um tratamento diferente. Ali não é igual, não é para ser justo, porque tem peso. Estão desiguais, dependendo da pessoa que comete.

 

E aí eu acho que entra na nossa na discussão que você abriu nesse outro debate está o jovem tem que ser educado para querer trabalhar, para estudar, para não ir para o crime. E ele abre lá A Rede Social dele, ele vê tudo e ele vê que ela não vai conseguir consumir aquelas coisas e ele acaba no crime.

 

Tem 2 coisas interessantes que você falou, a primeira é a dificuldade de acesso a educação e a geração de de renda. Se as pessoas, elas não têm, é condições de ter uma boa educação, porque se a gente for nas escolas públicas aqui de Parnamirim a gente vai ver como a situação é precária. A qualidade da merenda, a falta de professores, a estrutura das salas de aula. Como é que uma pessoa vai se sentir animada para ir para uma escola que não tem o básico, que é cadeira?

 

Em uma sala, que?

 

Não seja quente ou com goteira e com professor, né? Às vezes tem escola que não tem nenhum quadro. Professor completo, como é que a pessoa vai se animar para isso? É, a gente tem entra nos outros elementos, tipo, tem laboratório, tem área de lazer, de esporte, que era uma coisa interessante. Também tem nas escolas, mas não tem nenhum básico. Quem dirá essas coisas mais elaboradas. Aí depois a gente vai para geração de renda, a pessoa estuda, estuda, estuda, estuda, estuda, porque eu tenho um nível de formação. Estudei muitos anos sim, é daqui a 2 anos, vai fazer 10 anos que a situação no ensino superior.

 

Entrei na faculdade com partilha, doação e coisa e tal aí isso fora ensino médio, ensino fundamental. Então só depois que entrei na faculdade já tem 10 anos. Mas eu não tenho garantia que eu vou ter um trabalho e muito menos que o meu trabalho. Vai ser um trabalho que vai me dar o retorno financeiro de uma formação tão grande. Muita gente tem essa ansiedade no Brasil porque sabe que estudar tanto assim no Brasil não garanta um bom emprego.

 

E por isso que muita gente tá indo para fora.

 

É, e daí você vê lá, tá numa boca de fumo, você vai conseguir.

 

11 valor financeiro que o seu irmão, seu primo, o seu tio não consegue. Depois de estudar 10 anos.

 

É 11 disputa para fazer com a Juventude muito difícil. Como é que você vai falar para o jovem, o crime não compensa se ele vê que se é um pobre, lascado, que estuda, estuda, estuda, não vai dar esse retorno financeiro e entrar na criminalidade, vai dar.

 

Porque eu já me deparei diversas vezes com essa situação, dizia, olhe, é um caminho muito arriscado. Você vai poder ser encarcerado? O castelo é uma coisa terrível. Você pode ser morto tanto por pessoas que estão nessas redes criminosas quanto é no conflito com uma polícia e a pessoa diz assim, mas eu vou fazer o que vou fazer igual você me lascar de estudar para?

 

Que você tem, que é quase nada, e daí quando a gente se depara com essa situação?

 

É muito difícil de de dar uma resposta nessa nessa situação, é um outro problema social que a gente precisa discutir segurança pública, porque a gente tem tanto problema com segurança pública hoje no país, porque a gente não tem um modelo de segurança que privilegia, é a qualidade de vida das pessoas que privilegia. A inviolabilidade é do do corpo, das pessoas, que não privilegia o direito humano à vida.

 

Aqui nesse país, o que a gente tem é um modelo de segurança pública que privilegia a salvaguarda da propriedade. Por isso que para algumas pessoas é uma coisa tão natural, a gente é rechaçar. Uma pessoa que roubou um celular.

 

Mas as pessoas não rechaçamos alguém que amarrou uma pessoa num posta, espancou até a morte.

 

ROLFRAN

Porque ela roubou um celular?

 

ALLISON

O rechaço um político que rouba assim tudo de de de noite sem parar, entendeu?

 

ROLFRAN

Com certeza a vida e também para desigualdade.

 

ALLISON

Algo, o cara, Alba num supermercado, uma galinha, um, sei lá, um 1 kg de arroz, é preso um mas Oo polita lá 24 horas roubando a gente dia de noite não é preso.

 

ROLFRAN

E está roubando o dinheiro, que era justamente para assegurar.

 

ALLISON

Passei o povo do.

 

ROLFRAN

Povo a educação, eu trabalho.

 

ALLISON

No seu bolso?

 

ROLFRAN

Com certeza, não é.

 

ALLISON

E meu amigo acabou, Vilma, neste velho ele queira dinheiro aqui é, rapaz.

 

ROLFRAN

Desculpa, não.

 

ALLISON

Não, não, tranquilo, muito tempo não é ilegal isso aí, essa discussãozinha assim.

 

ALLISON

Eu queria que você falasse aí sobre você. Aí, ué, deixa. Eu estou dormindo um minutinho aí para você aí, para você falar sobre um. Quem quiser me procurar, sei lá, se você faz algum trabalho, né?

 

Não é na vida aí do dos seus. Quer dizer, é porque o que é chamado de?

 

ROLFRAN

Cliente não é não, não é cliente, não.

 

ALLISON

As pessoas, né?

 

ROLFRAN

São as pessoas que trabalham comigo, né? Na pesquisa e cruzei tal.

 

É, então, gente, eu estou entrando numa nova fase da pesquisa, que é a fase do trabalho de campo, né?

 

Quem está vendo e que mora na região de Santa Teresa, rosa dos ventos, Bela Vista, é o canto que eu estou trabalhando. Como eu falei, eu trabalho com pessoas que estão buscando as políticas de redistribuição de renda, né? Antes, era o auxílio Brasil. Agora vai voltar a ser o bolsa família? A minha pesquisa é pra acompanhar as dificuldades dessas pessoas e também as conquistas e as lutas delas para terem acesso a essa política pública.

 

É quem se interessar e quiser conversar comigo sobre isso. Eu até quiser colaborar com a minha pesquisa, que na minha pesquisa chama as pessoas de colaboradores, né? Quem quiser receber algum tipo de assessoria, mesmo assessoria gratuita, tá assim? Para acessar essas políticas públicas é que é um dos jeitos que eu dou o retorno para a sociedade do financiamento que eu recebo, né? É contribuindo para que as pessoas acessem essa política pública.

 

Pode me procurar no Instagram? O meu Instagram row, Fran, underline, Ubuntu, eu acho que é o pessoal da comigo, compartilhou, né? Algumas coisas no Instagram também. Então dá pra achar lá é o meu Instagram e podem entrar em contato. Eu tento ser uma pessoa acessível, tenho trabalhado muito, então às vezes posso demorado alguma resposta, mas a gente combina direitinho pra vocês conversarem comigo, porque a antropologia se faz assim, né? No contato com.

 

O outro é nessas conversas é que eu vou extraindo as coisas que eu preciso refletir, né? Produzindo o meu material de de pesquisa. Espero que nos próximos meses esteja dando um retorno mais concreto, né? Do trabalho produzido e, mais uma vez, queria agradecer a equipe, né? O Alisson, a, as pessoas que estão também trabalhando bastante. Ariana, Lucas Viana, Mariana, né? Perdão, Mariana, Lucas, muito obrigado pelo espaço, viu, gente?

 

Pela pizza, aqui.

 

ALLISON

E aí eu agradeço também é o agradecimento. Você está aqui, não é? Quinta-feira, 8 horas da noite, né? Já você está cansado, eu estou cansado, trabalho o dia todo, aí é uma correria danada e agradecer você também que teve presente aqui com a gente, começou a você e se você tem alguém que que quer saber desse assunto, vai lá no YouTube, se inscreva em nosso canal, bota lá a marca lá, o se o sininho lá, comente lá é faça um comentário ilegal que depois a gente é responde, esses comentários ali posso convidar até Oo frete para depois de fazer pergunta que tiver.

 

Certo, e agradecer de novo a Pizza Hut Natal por. Por isso quis faltando. Aí escreva nas canal. A gente deu joinha, aí não deixa de dar joinha, não.

 

E muito obrigada até quinta-feira.

 

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